11.12.12

Melífluas.

Naquela noite tudo parecia estar tranquilo. Tranquilo entre aspas, as coisas estavam no negativo há tanto tempo que ela até se esqueceu de contar. Portanto, tudo parecia harmonioso e sereno. De uma doçura tão contagiante que ela pode imaginar tudo se endireitando em futuro próximo. E em um instante ela se viu pregando suas pálpebras umas nas outras para prender as lágrimas. Mas aquelas lágrimas vieram tão sem aviso que nem deu tempo de esconder o rosto e sentir vergonha. E para que se preocupar? Estava sozinha, mesmo. Se precipitava demais, irracionalmente. Aquelas lágrimas não significavam exaustão psicológica ou insanidade. Eram melífluas. Diziam: "vai ficar tudo bem, vai mesmo". E ela pôde acreditar que realmente ia. Realmente ia. Os prazeres não eram mais parte de sonhos distantes. 

Um comentário:

Obrigada, gafanhoto :3